Quem sou eu

Alunos do Ensino Médio do Instituto Batista de Educação e Cultura de Maricá/RJ (IBEC); representado pelo aluno Matheus Tavares e equipe. Nossa equipe tem a responsabilidade de apresentar um trabalho de pesquisa sobre a comunidade italiana no Brasil. Uma bela história da colonização deste povo tão rico culturalmente será apresentada em nosso blog. Esperamos que gostem e que nossos professores aprovem nos dando dez !

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

CHEGADA DOS ESPANHÓIS

O Brasil como novo destino

Em finais do século XIX, com o desenvolvimento da tecnologia naval, milhares de pessoas saíram da Europa em busca de melhores condições de vida nas Américas.

No caso da Espanha, a imensa maioria rumava para suas colônias ou ex-colônias, pelos laços históricos e culturais que mantinham e, por esse fato, os destinos preferidos dos imigrantes espanhóis eram a Argentina, o Uruguai e Cuba. Todavia, alguns desses países hispânicos passaram a enfrentar problemas financeiros e deixaram de ser um destino atrativo para os espanhóis. Ao mesmo tempo, o Brasil estava atraindo imigrantes, afim de abraçar as colheitas de café que se expandiam largamente pelo País. A riqueza gerada pelo café acabou por seduzir milhares de espanhóis, que partiram para o Brasil à procura de uma nova vida.

Na década de 1880, chegaram os primeiros espanhóis no Brasil, sendo 75% com destino às fazendas de café em São Paulo. No final do século XIX, a grande maioria era de galegos, que se abrigaram nos principais centros urbanos brasileiros, sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Imigraram em grande número para o Brasil até 1950, período em que entraram cerca de 700.000 espanhóis no país e eram principalmente oriundos da Galícia e Andaluzia.

Os recém-chegados disputavam desde as ofertas de emprego menos qualificado, até os espaços de moradia disponíveis junto aos segmentos mais pobres da população local, sobretudo mestiços e negros que também tomaram o rumo das cidades, após a Abolição da Escravatura. 

No início do século 20 muitos espanhóis se dedicaram ao trabalho na indústria em São Paulo, onde grande parte dos operários eram espanhóis.

ESPANHA

A imigração espanhola

A pobreza e o desemprego no campo foram os responsáveis pela imigração espanhola no Brasil que iniciou-se na década de 1880. Na realidade, a presença espanhola em terras brasileiras acontece desde o início da colonização do Brasil. Porém, só se pode falar de uma efetiva imigração de espanhóis para o Brasil a partir do final do século XIX.

OS PORTUGUESES NO BRASIL

Influências dos portugueses no brasil


Eles tiveram influência em muitas coisas, principalmente na escrita e nos costumes; afinal fomos colonizados por eles.Está evidente a identificação do conto com a "falta" de tempo dos habitantes dos grandes centros urbanos, com a industrialização. Afinal, foi graças à imprensa escrita, que o gênero se popularizou no Brasil, no século XIX: os grandes jornais sempre davam espaço ao conto. Antônio Hohlfeldt em "Conto brasileiro contemporâneo" diz que “pode-se verificar que, na evolução do conto, há uma relação entre a revolução tecnológica e a técnica do conto”.
Na introdução de Maravilhas do conto universal, Edgard Cavalheiro diz: “A autonomia do conto, seu êxito social, o experimentalismo exercido sobre ele, deram ao gênero grande realce na literatura, destaque esse favorecido pela facilidade de circulação em diferentes órgãos da imprensa periódica. Creio que o sucesso do conto nos últimos tempos (anos 60 e 70) deve ser atribuído, em parte, à expansão da imprensa”.
Além de criar o mercado de consumo e a necessidade de alfabetização em massa, a industrialização também criou a necessidade de informações sintéticas. No século passado essas informações vinham do jornalismo e do livro; neste século vêm do cinema, rádio e televisão. Assim, no seu início, o conto pegou uma carona na imprensa escrita; agora não tem mais esse espaço. Será que o conto se adaptará às novas tecnologias? TV, Internet etc?
De qualquer forma, no Brasil, o conto surgiu mesmo foi através da imprensa em meados do século XIX. Por isso, naquela época, quase todos os contistas eram jornalistas. E não foi só no Brasil que isso ocorreu.
Essa tecnologia é, também, em parte, "culpada" pelo preconceito em relação ao gênero. “A linha normativa gera uma série de manuais que prescrevem como escrever contos. E a revista popular propicia uma comercialização gradativa do gênero. Tais fatos são tidos como responsáveis pela degradação técnica e pela formação de estereótipos de contos que, na era industrializada do capitalismo americano, passa a ser arte padronizada, impessoal, uniformizada, de produção veloz e barata. Tais preocupações provocam, por sua vez, um movimento de diferenciação entre o conto comercial e o conto literário. Daí talvez tenha surgido o preconceito contra o conto...” (Nádia Battella Gotlib, op. cit.).
Esse fenômeno também foi notado no Brasil no início dos anos 70. As influências exercidas pela imprensa escrita, revistas, TVs, levaram o conto a um ponto de praticamente perder sua “identidade”: sendo “quase tudo”, passou a ser quase “nada”.
Na década de 20 temos os modernistas e o conto agora é essencialmente urbano/suburbano. Eles propuseram a renovação das formas, a ruptura com a linguagem tradicional, a renovação dos meios de expressão etc. Procura-se evitar rebuscamentos na linguagem, a narrativa é mais objetiva, a frase torna-se mais curta e a comunicação mais breve.
Nesta mesma linha, Poe, que também foi o primeiro teórico do gênero, diz: “Temos necessidade de uma literatura curta, concentrada, penetrante, concisa, ao invés de extensa, verbosa, pormenorizada... É um sinal dos tempos... A indicação de uma época na qual o homem é forçado a escolher o curto, o condensado, o resumido, em lugar do volumoso” (citado por Edgard Cavalheiro na introdução de Maravilhas do conto universal).

terça-feira, 26 de abril de 2011

ITÁLIA - UM PAÍS AMIGO - CARACTERÍSTICAS

DADOS PRINCIPAIS
ÁREA: 301.302 km²
CAPITALRoma
POPULAÇÃO: 59,9 milhões (estimativa 2009)
MOEDA:  Euro
NOME OFICIAL 
: República Italiana (Repubblica Italiana)
NACIONALIDADE: italiana
DATA NACIONAL: 25 de abril (Dia da Libertação).

GEOGRAFIA DA ITÁLIA:
MAPA DA ITÁLIA
LOCALIZAÇÃO: sul da Europa.
FUSO HORÁRIO: +4h em relação à Brasília
CLIMA DA ITÁLIA
: mediterrâneo (SUL), temperado oceânico (NORTE).
CIDADES DA ITÁLIA (PRINCIPAIS)
: Roma, MilãoNápolesTurimPalermoGênovaVeneza,  Florença , VeronaBolonhaCagliari , BariParmaUdine,  MódenaREGIÕES: Abruzzo, Basilicata, Calábria, Campânia, Emilia-Romanha, Friuli-Venezia Giulia, Lácio, Ligúria, Lombardia, Marche, Molise, Piemonti, Puglia (Apulia), Sardenha, Vale de Aosta,Toscana, Trentino Alto Ádige, Úmbria, Sicília, Vêneto.
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO:
 italianos 97,7%, outros 2,3% (censo de 1996).
IDIOMA: italiano (oficial), dialetos italianos, alemão, rético, francês, grego, albanês, sardo.
RELIGIÃO: cristianismo 83,2% (católicos), sem filiação e outras 16,8%.
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 199 hab./km2.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 0% ao ano (1995-2000). 
TAXA DE ANALFABETISMO: 1,5% (censo de 2000).

RENDA PER CAPITA: US$ 38.900 (estimativa 2008).
IDH: 0,854 (Pnud 2010) - desenvolvimento humano muito alto
ECONOMIA DA ITÁLIA :
PIB: US$2,3 trilhões (2008)
Produtos Agrícolas:
 beterraba, uva, milho, tomate, trigo.
Pecuária: bovinos, suínos, bovinos, aves.
Mineração: petróleo, sal rochoso, feldspato, linhito, pedra-pome.
Indústria
: máquinas, refino de petróleo, alimentícia, metalúrgica, química.


Consulado Geral da Itália em São Paulo
Av. Paulista, 1963
CEP 01311-300 - São Paulo - SP
tel. (0xx11) 3549-5643
fax (0xx11) 3523-7763
Embaixada da ItáliaSES - Av. das Nações, lote 30 - Qd 807
Brasília, DF
Tel. (061) 3442-9900, fax (061) 3443-1231
e-mail: ambasciata.brasilia@esteri.it

CULTURA ITALIANA

A TARANTELA é uma dança típica da Italia.

Brasil, Mãe Gentil, Pátria amada recebe imigrantes de toda parte

Imigrantes do Brasil - Porto
Durante a República Velha chegaram quase 4 milhões de imigrantes estrangeiros. Uma das primeiras providências do governo republicano foi decretar que todos os imigrantes estrangeiros que nada declarassem, tornar-se-iam cidadãos brasileiros, depois de seis meses de residência no país.

Durante a República Velha chegaram quase 4 milhões de imigrantes estrangeiros. Uma das primeiras providências do governo republicano foi decretar que todos os imigrantes estrangeiros que nada declarassem, tornar-se-iam cidadãos brasileiros, depois de seis meses de residência no país. Mais um estímulo para a imigração.
A grande maioria veio antes de estourar a Primeira Guerra Mundial (1914). Depois que ela acabou (1918) vieram novas levas. A partir de 1930, quando Getúlio assumiu a presidência, a imigração diminuiu muito. Uma das causas foi a crise mundial de 1929, a outra foi o desinteresse do governo brasileiro em receber mais gente de fora.

Sudeste e o Sul ficaram com quase 95% dos imigrantes, sendo que metade deles foi para São Paulo (que hoje é o estado com a maior população do país). O maior número era de italianos. A maioria rumou para os cafezais, mas alguns se dedicaram a trabalhar nas cidades, inclusive nas indústrias que começaram a surgir na época. 

Ao contrário do século XIX, quando a maioria dos imigrantes vinha do norte da Itália(área mais industrial), a partir de 1901 começaram a chegar mais sulistas (calabreses napolitanos). Pobres como um rato de igreja, eram atraídos pelo incentivo do governo paulista. Mas chegavam aqui e se decepcionavam. Grande parte resolveu voltar ou tentar melhor sorte no Uruguai e na Argentina


Familía de imigrante italianos no Brasil
Reprodução

O governo italiano, preocupado, baixou o Decreto Prinettí, dizendo que só poderia emigrar para o Brasil quem pagasse a própria passagem (sem receber ajuda brasileira). Os portugueses vieram particularmente para o Rio de Janeiro e São Paulo. Como poucos buscavam os cafezais, não tinham passagem paga pelo governo. 

Geralmente, traziam algumas economias e abriam pequenos negócios (mercearias, açougues, padarias). Mas também chegavam rapazes, só com a cara e a coragem, trabalhavam nas pequenas empresas de seus compatriotas. Principalmente no Rio de Janeiro, houve conflitos. Os brasileiros acusavam os jovens imigrantes portugueses de"roubar empregos" porque "aceitavam" trabalhar por menores salários. Bandos de malfeitores, aos gritos de "mata galego!", invadiam os armazéns dos portugueses para quebrar o que tivesse pelo caminho, incluindo os dentes do proprietário e os narizes dos funcionários. Felizmente, essas manifestações de intolerância não foram longe demais.

A imigração espanhola ocupou o Rio, Minas Gerais e São Paulo, onde, no período de 1906 a 1920, eles vieram em quantidade ainda maior do que os italianos. Chegavam comfamílias e buscavam pequenas cidades do interior.

Quem anda pela capital paulista nos dias de hoje sabe da importância dos japoneses. O grosso da imigração japonesa começou a partir de 1910. Alguns foram para o Pará, catar castanha, mas a grande maioria foi mesmo para São Paulo. Ficaram um pouco nos cafezais e depois se dedicaram à agricultura em pequenas propriedades (fornecendo legumes e hortaliças para as cidades) e ao comércio.

Imigrante japoneses no Brasil
Reprodução

A partir de 1920 começaram a chegar muitos judeus, principalmente os que nasceram em países da Europa Central e Oriental. Especialmente após 1933, fugidos da perseguição nazista, vieram em grande quantidade. Neste caso, ao contrário dos imigrantes em geral, que eram trabalhadores braçais, muitos judeus tinham instrução superior, eram professores universitários, intelectuais, pintores e escritores.


CURIOSIDADES

Bem aqui vai alguns sites italianos que podem ser bem interessantes :

aeroweb.lucia.it
AEROWEB - Este é o primeiro site italiano na web direcionado à aeronáutica e ao espaço. Ele oferece várias notícias e interessantes curiosidades sobre este assunto.


diamantinoreflex.supereva.it/Midi/midi.htm?p
Muitas musicas midi italianas.


redgolpe.com/midi.html
Muitas músicas, biografia, fotos e shows do conhecido cantor Francesco Guccini


Sorvete Itália
Fornece sorvetes de massa, picolés, de copinho, sundaes, diets e tortas.



famigliapettinato.cjb.net
História familir descrita pelo pesquisador Marco Tulio Pettinato. Descreve tudo que está relacionado com as origens do sobrenome Pettinado no Brasil e Itália. Retrata histórias das cidades de Rivello.



FONTE: http://www.portalitalia.com.br/sitesbr/sitesbr.asp?idtema=8&idsub=20

COMUNIDADE ITALIANA HOJE


A comunidade hoje

População italiana no Brasil[48]
AnoNúmero
1920558.405
1940325.283
1950242.279
1970152.801
199153.543
200043.718
A população de imigrantes italianos no Brasil está, atualmente, em franco decréscimo. A maior parte dos imigrantes são idosos, visto que as últimas grandes levas de imigrantes chegaram na década de 1950. O número de italianos residentes no Brasil ultrapassava meio milhão de pessoas em 1920, caindo para apenas pouco mais de 40 mil em 2000.
Porém, no ano de 2003, segundo a Aire (l’Anagrafe degli italiani residenti all’estero) havia no Brasil 162.225 cidadãos italianos e, segundo os Anagrafi consolari del Ministero degli Esteri, há 284.136 cidadãos italianos no País. A maioria destes são cidadãos ítalo-brasileiros, visto que a Itália garante a cidadania italiana para os descendentes, salvo algumas exceções, e o Brasil permite a dupla-nacionalidade de seus cidadãos. De acordo com as leis italianas, não há diferença jurídica entre um italiano nascido na Itália ou no estrangeiro. Em São Paulo estão inscritos no Consulado 154.546 cidadãos italianos, no Rio de Janeiro 38.736, em Porto Alegre 37.278, em Curitiba 30.987 e em Belo Horizonte 13.769. O Brasil possui, de acordo com diferentes fontes, a oitava ou a sexta maior população de cidadãos italianos no mundo.
Presidente Lula e membros da comunidade ítalo-brasilera durante a Festa da Uva.
Quando se toma por base o número de brasileiros descendentes de italianos, o Brasil possui a maior população italiana fora da Itália. Não se sabe o número exato, visto que os censos nacionais não questionam a ancestralidade do povo brasileiro. Todavia, as estimativas oscilam entre 23 a 25 milhões os brasileiros com algum grau de ascendência italiana, representando cerca de 15% da população brasileira.
Os italianos e descendentes não formam um grupo étnico à parte da população brasileira, mas integrante e enraizado dentro da sociedade brasileira. Seus descendentes figuram nos mais diversos setores da sociedade do País. Por exemplo, numa pesquisa de 2001, das 10.641 empresas industriais do Rio Grande do Sul, 42% estavam nas mãos de brasileiros de origem italiana.Certas localidades do Brasil meridional e do Sudeste têm uma clara maioria de brasileiros de origem italiana. Tal fato é mais evidente em localidade rurais do Sul do Brasil, tomando por exemplo municípios como Nova Veneza, onde os de origem italiana somam 95% da população local. Mesmo nas grandesmetrópoles a presença da coletividade italiana é enorme: São Paulo com seus 10 milhões de habitantes, maior cidade do Brasil, possui 60% da população com ascendência italiana e, Belo Horizonte com 2,5 milhões de moradores, 30% é descendente.
Nas eleições italianas de 2006, os italianos residentes no estrangeiro puderam participar. No Brasil, 62.599 cidadãos italianos votaram.

Casamentos e miscigenação


Casamentos e padrões de miscigenação

Pesquisas apontam que, no início da imigração, havia uma grande resistência dos italianos de se casarem com brasileiros. Havia, inclusive, a tendência nítida de italianos se casarem com imigrantes que vinham da sua mesma região de origem na Itália. Analisando os casamentos de italianos no município de São Carlos, interior de São Paulo, entre 1880 e 1899, os dados mostram que 80% dos homens e 91% das mulheres oriundos do Norte da Itália se casaram com imigrantes oriundos da mesma região italiana. 88% dos homens e 71% das mulheres oriundos do Sul da Itália contraíram matrimônio com pessoas vindas daquela mesma região, enquando que 23% dos homens e 61% das mulheres do Centro da Itália se uniram a italianos também vindos do Centro (as taxas de endogamia para os italianos do Centro foi mais baixa pois o número de imigrantes oriundos daquela região era menor, portanto tinham maior dificuldade de encontrar companheiros da mesma região, o que os levava a casar com italianos de outras regiões). Os italianos mais endogâmicos eram os vênetos: de 1880 a 1914, em São Carlos, 76,4% dos homens vênetos se casaram com mulheres vênetas, enquanto que 65,3% das mulheres do Vêneto se uniram a homens daquela região. Em seguida vieram os calabreses: 53,1% dos homens calabreses se uniram a mulheres calabresas, enquanto que 77,3% das mulheres da Calábria casaram com homens daquela região. Os menos endogâmicos eram os lombardos, pois estes acabavam se casando sobretudo com vênetos, os mais numerosos naquela região. Isto mostra que os imigrantes italianos tinham uma alta taxa de endogamia, preferindo casar com outros italianos, inclusive optando por se unir a italianos que provinham da sua mesma região de origem na Itália. A Itália era um Estado recém-unificado, e os italianos não tinham uma consciência nacional definida, e o que imperava na época era o regionalismo. Essa mentalidade foi trazida para o Brasil pelos imigrantes, influenciando seus padrões de casamento. Conflitos, animosidades e preconceitos entre italianos de diferentes regiões foram igualmente transportados e vivenciados pelos italianos no Brasil. Com o passar do tempo, porém, essa perspectiva regionalista foi sendo suavizada pois, uma vez no Brasil, italianos de diferentes regiões eram tratados pelos brasileiros como sendo iguais, pois essas diferenças regionais eram desconhecidas pelos brasileiros. O contato com a sociedade brasileira fez crescer não apenas as taxas de casamento entre italianos de diferentes regiões, mas a própria união entre italianos e brasileiros ou com imigrantes não italianos.
A partir de 1910 verifica-se uma mudança no quadro, pois aumenta o número de casamentos entre italianos e brasileiras. Mas essa mudança deve ser analisada com cautela, pois na maior parte dos casos a cônjuge definida como "brasileira" era filha de italianos. Qualquer pessoa nascida no Brasil era definida como brasileira, independente de ser filha de estrangeiros. A partir da segunda década do século XX, há grande número de jovens brasileiras, filhas de italianos, em idade de se casar, que se uniam a homens italianos. Isto caracterizava uma "endogamia oculta" pois, apesar de serem brasileiras de nacionalidade, no plano étnico-cultural as cônjuges eram italianas.
Se para os italianos o casamento com um outro italiano de uma região diferente da sua já apresentava uma barreira, o casamento com brasileiros tinha barreiras maiores, e ainda mais intensas eram se se tratava de um pretendente negromulato ou caboclo, pois os estigmas de cor existentes na sociedade brasileira também foram incorporados pelos imigrantes. Para muitos italianos, a imigração para o Brasil era algo passageiro, portanto, o casamento com não italianos atrapalharia os planos de retorno para a Itália. Em relação aos homens italianos, havia a resistência das mães italianas de aceitarem noras brasileiras, pois na cultura italiana a nora teria que se submeter às orderns da mãe do noivo, enquanto que as brasileiras preferiam morar sozinhas com o marido, quebrando o costume italiano. Porém, era mais fácil aceitar uma nora brasileira, pois esta passaria, mesmo que forçosamente, a conviver no meio italiano e a se submeter à sogra. Porém, quando a filha italiana se casava com um brasileiro, se afastava da família, sofrendo maior risco de "abrasileiramento". A família italiana era patriarcal e, segundo a legislação brasileira da época, os filhos menores de idade tinham de ter permissão do pai para se casarem. Os pais italianos muitas vezes negavam permitir o casamento de seus filhos com brasileiros ou com imigrantes não italianos, não apenas pelos fatores já apresentados, mas também porque havia preconceito eracismo por parte de alguns italianos em relação a casamento de seus filhos com brasileiros ou com imigrantes de outras nacionalidades. Também seriam significantes as uniões informais entre homens italianos e mulheres brasileiras. O Brasil tinha uma longa tradição de uniões informais, frequentemente toleradas pela Igreja, desde que envolvessem indivíduos passíveis de se casar. As uniões consensuais eram convenientes para o homem italiano, pois poderiam ser desfeitas, deixando em aberto a possibilidade de retorno à Itália. Também refletiam a relutância de alguns italianos em assumir casamento com mulheres brasileiras, refletindo um preconceito de cor, pois parte dessas brasileiras amasiadas com italianos erampardas ou negras.
Em alguns casos extremos, casais de noivos interétnicos tinham que fugir de casa e manter relações sexuais, o que fazia o juiz suprir a necessidade da permissão do pai para realizar o casamento. Essas fugas também serviam para compelir o pai a aceitar a união, pois na época a perda da virgindade da filha antes do casamento maculava a honra da família, fato que poderia ser contornado com o casamento.
Com o passar dos anos, as taxas de endogamia entre os italianos cai. Embora boa parte seja efeito da denominada "endogamia oculta" (italianos se casando com filhos de italianos nascidos no Brasil), ela não é apenas explicada por isso, pois houve de fato um crescimento notável de casamentos e uniões envolvendo cônjuges de origem italiana com cônjuges sem origem italiana. A miscigenação entre italianos e brasileiros ocorreu sobretudo entre homens italianos e mulheres brasileiras, por diferentes fatores. Os pais brasileiros raramente se opunham ao casamento de suas filhas com homens italianos, enquanto que os pais italianos frequentemente se opunham à união de suas filhas com homens brasileiros. Havia uma discrepância entre o número de homens e mulheres italianos, sendo os homens mais numerosos, portanto, as mulheres italianas tinham grande disponibilidade de homens italianos para se casarem, mas os homens tinham um número mais limitado de noivas compatriotas disponíveis, aumentando as uniões com brasileiras. As mulheres italianas chegavam ao Brasil acompanhadas de seus pais e se casavam, na maior parte dos casos, quando ainda eram menores de idade, tendo que ter a permissão do pai para realizar o casamento, e este dava preferência para genros italianos. Os homens, por sua vez, muitas vezes chegavam ao Brasil sozinhos, desacompanhados de seus pais, e tinham maior liberdade em escolher suas companheiras. Os casamentos interétnicos entre italianos e brasileiros contribuíram para a integração da comunidade ítalo-brasileira no Brasil e no seu "abrasileiramento". Em um levantamento entre estudantes do Oeste Paulista, dos sobrenomes de 224 alunos, 108 (48%) tinham sobrenomes italianos e desses, 61 (56%) também tinham sobrenomes não italianos.

Língua e influência italiana no Brasil


Língua

Hoje em dia, quase todos os ítalo-brasileiros falam o português como língua materna. A língua italiana foi proibida no Brasil na década de 1930, pelo presidente Getúlio Vargas, após declarar guerra contra a Itália. Qualquer manifestação da cultura italiana no Brasil era crime. Isso contribuiu bastante para que o idioma italiano fosse pouco desenvolvido entre os descendentes de italianos.
Na cidade de São Paulo, a diversidade dos falares dos imigrantes resultou numa maneira de falar bastante peculiar, que se difere substancialmente do falar caipira, que predominava na região antes da chegada dos italianos e é ainda generalizado no interior do estado. O novo falar se forjou da mescla do calabrês, do napolitano, do vêneto, do português e ainda com o caipira. Atualmente, a influência italiana no português falado em São Paulo não é tão grande quanto no passado, embora o sotaque paulistano continue marcado pelo dialeto ítalo-brasileiro que predominava na cidade no início do século XX. É de notar que a influência italiana no falar paulistano se generalizou bastante, ao ponto de englobar os habitantes da cidade que nem ao menos possuem ascendência italiana.
Fenômeno semelhante ocorreu no interior do Rio Grande do Sul, mas englobando quase que exclusivamente a população de origem italiana. O dialeto talian (com raiz no vêneto), é bastante difundido nas zonas vinícolas do estado.Nas zonas rurais marcadas pelo bilinguismo, mesmo entre a população monolíngue em português, o sotaque italiano é bastante característico.

A influência italiana no Brasil e seus descendentes

A imigração italiana para o Brasil foi um dos maiores fenômenos imigratórios já ocorridos. A medida que o número de imigrantes e seus descendentes ia crescendo, o Brasil modificava os seus costumes, assim como os imigrantes modificam os seus. É de notar que a influência italiana no Brasil não ocorreu de forma uniforme: enquanto no Sul/Sudeste do País a comunidade italiana era forte e, em certas localidades, chegaram a representar a maioria da população, noutras regiões do País a presença italiana foi quase nula.
Das inúmeras contribuições dos italianos para o Brasil e à sua cultura, destacam-se:
  • Introdução de elementos tipicamente italianos no catolicismo de algumas regiões do Brasil (festas, santos de devoção, práticas religiosas).
  • Diversos pratos que foram incorporados à alimentação brasileira, como o hábito de comer panetone no Natal e comer pizza e espaguetefrequentemente (principalmente no Sudeste), além da popular polenta frita.
  • O sotaque dos brasileiros (principalmente na cidade de São Paulo, o sotaque paulistano), na Serra gaúcha, no sul catarinense e no interior do Espírito Santo.
  • A introdução de novas técnicas agrícolas (Minas GeraisSão Paulo e no Sul).
  • A criação do time Palestra Itália em 1914 com o intuito de aproximar e unificar os imigrantes italianos que viviam na cidade de São Paulo. Mas por ocasião da segunda guerra mundial, o time foi forçado a mudar o seu nome para Sociedade Esportiva Palmeiras sob pena do clube perder todo o seu patrimônio físico. Isso por imposição da ditadura Vargas após declarar guerra contra a Itália, sendo criminalizado no Brasil qualquer manifestação cultural italiana.
A imigração italiana no Brasil também serviu de inspiração para várias obras artísticas, televisivas e cinematográficas, como as telenovelas Terra Nostra e Esperança, e o filme O Quatrilho, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.


O abrasileiramento dos italianos

Para fazer a América não é preciso somente trabalhar com esse bendito café, é necessário que nossos filhos frequentem a escola para aprender o português e todas as coisas deste país. Essa será nossa maior riqueza no Brasil.

— Fala anônima de um imigrante italiano no Brasil[carece de fontes]Séc. XIX
Católico e latino, o imigrante italiano se assimilou no Brasil mais facilmente que alemães e japoneses, por exemplo. O quase desaparecimento dos dialetos italianos no Brasil é um exemplo dessa rápida assimilação.
É evidente, porém, as diferenças entre o grupo de italianos que se concentrou em colônias (no Sul) e os trabalhadores do café (Sudeste). Nas colônias, o imigrante se manteve por cerca de três gerações praticamente isolado com outros italianos nas zonas rurais sulistas. No Sudeste do Brasil, por outro lado, o italiano mais facilmente se integrava entre a população local.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil